O Que Fazer

Quando você se da conta, não há ninguém para quem você possa contar o que te sufoca. Há muitos ouvidos e bocas por aí, mas pouca ou quase nenhuma palavra que possa te confortar. Falar com algumas pessoas é o mesmo que falar sozinho. Elas parecem máquinas programadas com alguma ou outra resposta curta e que não diz muita coisa, é um modo educado de dizerem que não estão interessadas nos teus problemas, e por mais que estivessem, não saberiam muito o que dizer.

Então você deita na cama e olha para teto tentando achar a explicação para o que sente. Milhões de vezes fazendo isso, e nunca houve conclusão alguma. Algumas voltas pela casa, uma música triste e agora uma animada, olhar para o céu e falar sozinho, comer, ligar e desligar a TV, tentar a bebida ou qualquer coisa que possa te deixar distraído parecem não funcionar muito bem.
O desespero vai crescendo lentamente e junto com ele algumas lembranças não necessariamente ruins, mas que ficam te martelando na cabeça sem você pedir. A respiração começa a te incomodar e logo da vontade de correr para qualquer lugar que seja o mais longe que você tenha ouvido falar.

Aquele barulho de coisas desconhecidas lá fora e o formato estranho da lua hoje servem para refletir. As mesmas perguntas dias a pós dias continuam a sua lavagem cerebral. Mais um avião cheio de perguntas passa por aqui. É realmente difícil não enlouquecer se você tenta entender o teu papel diante de um mundo incrível e incrivelmente cruel.
Tudo o que consigo fazer é voltar a deitar e me encolher como quando éramos pequenos e achávamos que o cobertor era a muralha mais forte do mundo. A luta ficará mais difícil até a consciência se perder. E, de repente, começa a viagem tranquila, o silêncio que abraça e sela os pensamentos ruins. A melhor hora que existe é agora, quando realidade desaparece sem deixar lembranças do mundo lá fora.

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